quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Partilhando os primeiros passos nas artes cênicas.

Sem dúvida, o curso Básico de Teatro, me ajudou numa série de descobertas e percepções. Vou procurar enumerar algumas delas. Talvez a mais relevante tenha sido me perceber como ser de relação. Seja no trato com o outro, com as coisas ou com qualquer das possíveis formas de existência. Impossível acreditar numa existência singular em que sejam desconsideradas as formas de se relacionar, mesmo quando é preciso que se encontre alguma forma de “brincar” de maneira solitária, eu preciso do outro e dessa relação para descobrir aquilo que não me pertence quando estou só. A experiência do “estar só” e de ser em-si passa antes pela experiência da alteridade e da empatia para que se descubra sentido no movimento da singularidade. Depois, redescobrir em mim uma faceta infantil que estava adormecida e que muitas vezes exerce um papel de extrema importância no meio social incluindo-se o espaço profissional. Ter a oportunidade de não preocupar-se com o racional e o moralismo formal desencadeia uma pré-disposição para organizar os demais aspectos da vida pessoal de forma extremamente emergente. E ainda o quanto as coisas da vida passam despercebidas nos seus detalhes de acontecer. As propostas de imaginar o existente e representá-lo de forma precisa com o corpo me fez descobrir em mim um excelente investigador e observador das coisas corriqueiras da vida. O atender de um telefone; o movimento de quem segura um copo; a estratégia de quem abre uma porta; enfim, rotinas que antes não eram minuciosamente percebidas ganharam um espaço de atenção para mim. Além de considerar que as propostas do curso básico nos levam a relembrar as possibilidades do nosso corpo, assunto que ficou esquecido na infância e na adolescência; o quanto somos excelentes comunicadores; e que devemos assumir de maneira constate o nosso papel de forma lúdica, disponível e flexível.

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