domingo, 20 de outubro de 2013

Permita-se.


Já abracei para me sentir seguro, já abracei para proteger;
Abracei na chegada, abracei na despedida; já abracei.
Ofereci o abraço no pranto, e o reencontrei na alegria que chegou depois.
Senti o abraço e abracei sem ter sentido, surtei na falta dele.
Abraço de quem dá a vida, de quem cria, de quem ama.
Do pai, do amigo, do irmão, do distante, do desconhecido.
Quando senti a fereza da falta do abraço, dei valor à sua simplicidade.
 E na simples cidade, conheci o calor do abraço.
Doeu quando não pude abraçar, porque os braços já eram imóveis,
Determinei que não terminasse um dia sequer sem abraçar.
Sem protocolo, sem etiqueta, com vontade.
Com empatia, com alteridade, sem fraqueza.
O diploma não qualifica o abraço, a veracidade sim.
Permita-se quando outrem lhe abrir os braços,
E encerre, no abraço, a continuidade de uma existência.

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