sábado, 6 de julho de 2013

É chegado o tempo...

Àqueles que partem...


“Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar;
Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;
Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar;
Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora;
Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;
Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.” (Ecl 3)

Rezando esta poesia bíblica é que afirmo, em Deus, que mais uma vez se faz necessário acreditar que é tempo de mudança.
Mudar, recomeçar, tentar, investir, se lançar... acreditar no recomeço.
Em determinados e precisos momentos da nossa existência é preciso revestir-se de maturidade e reconhecer que guinar faz bem e que insistir numa história por simples luxo e satisfação pode nos prejudicar e aumentar os danos num futuro breve.
Não. Não estou tranqüilo. A mudança nunca vem só. Sempre está acompanhada de uma imprevisibilidade tão humana e finitamente real.
Porém é preciso tentar, arriscar, pôr à prova. Pois assim também é feito o tempo de buscar.
A incerteza, o medo, a angústia, a insatisfação, tornam este momento tão real que por vezes desejaria distanciá-lo para que me sentisse mais seguro e pronto a enfrentá-lo. Contudo, a certeza do recomeço, a segurança do afeto, a esperança e a tranqüilidade da possibilidade, contrapõe e incentivam, a ponto de, a exemplo da pedra que é jogada no rio sem saber qual é a sua profundidade, arriscar e carregar o sentimento de que vale a pena.
Desistir? Não. Não trago a sensação de que desisti e nem mesmo de que fui incapaz. Creio que estou sendo laureado pela oportunidade de assumir, com pequenez, que o tempo mudou e que minha existência impele por um novo momento imbuído de um novo ambiente e de novos sentimentos.
Não vou me dar por vencido e nem mesmo ter a atitude daquele que se acovarda. Só quero insistir, só que agora de maneira diferente à que todos estavam acostumados a presenciar.
Se um dia eu saí de um lugar conhecido para galgar algo entre o caminho que me era totalmente novo, hoje volto para o lugar onde os sentimentos são conhecidos. E isso basta. É só disso que preciso agora. De forças para recomeçar. De motivos para sentir-me mais feroz, mais fugaz, mais itinerante.
E repensar. Fazer o exercício de trazer à mente o porquê das coisas e como devem ser conduzidas.
Gratidão. Prece. E o meu silêncio por aqueles que ficam e que por muito fizeram e farão parte do tempo em que for preciso e bom que façam parte.
Entusiasmo. Paciência. E fé para seguir a caminhada que, aparentemente, não termina agora.
E virá o tempo em que olharei para trás e reconhecerei que valeu a pena ter me arriscado. E que serei mais homem, mais humano, mais eu por ter feito o que meu coração pede agora.
E quero terminar rezando com uma das poesias e ensinamentos que mais tem me norteado nos últimos tempos...


“É graça divina começar bem. Graça maior persistir na caminhada certa. Mas graça das graças é não desistir nunca.” (H. Câmara)

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